sábado, 21 de janeiro de 2012

Da altura dos meus sonhos

Da altura dos meus sonhos
Michelle Valle 

Dentro de mim
Há o esquecido
Há o inquieto
Há o destemido

São muitos os labirintos
Que me fazem me perder
Ouço minhas vozes pedindo ajuda
Mas nunca sei o que fazer

Serei sempre eu comigo
Tentando a sorte
Lutando contra os inimigos
A vida
A morte
Os silêncios
Os ruídos
As cicatrizes
E os cortes

Estarei mais uma vez tentando
Mas eu já nem lembro mais
Tentando o que
Permaneço esquecendo
Permaneço lembrando
Mas quem
E por quê?

De hoje em diante
Não deixarei
O ilusório me invadir
Bater em minha porta
Fazer amor comigo e partir
Não vou mais me deixar
Não vou mais me trair
Só há uma pessoa em quem posso confiar
E é em mim
Eu sou o meu lar

Da altura dos meus sonhos
Despencou uma criança
Ela estava atenta
Estava assustada
Ela tinha muita sede
Ela tinha muita fome
Ela queria correr o mundo
Ela queria se esconder nos matos
Tudo para ela tinha gosto de gesso
Ela precisava se arriscar
Buscar novos endereços
Ela tinha uma meta
Tinha algo para buscar
De tão solta
A criança
Não suportou a solidão interior
E se trancafiou
Virou prisioneira dela mesma
No calabouço que construiu
Para se distanciar
Do excesso de pessoas
Do excesso de palavras
Ela queria encontrar dentro de si
A resposta para o seu abismo interno
Ela queria viver o avesso
Do seu inferno
Ela precisava fluir
Ela precisava ser
Ela precisava subir
Pra depois descer
E a criança
Foi começando a crescer
A observar os outros
Passou a aprender
Viu que com erros
Se pode ter sabedoria e consciência
E que ela não precisava mais se submeter
Foi virando mocinha
Foi virando mulher
Foi deixando de ficar sozinha
Começou a ver a si mesma
Em um ser qualquer
Hoje nada mais a limita
Nada mais a impede de ficar de pé
Secaram-se, então as lágrimas da criança aflita
Ela está livre
Para ir onde quiser
Ela vê beleza em belos olhos
Pois ela já sabe que para crer precisa-se de fé
Ela vive dentro de mim
Eu sou quem ela é


Um comentário:

  1. Hoje nada mais a limita
    Nada mais a impede de ficar de pé
    Secaram-se, então as lágrimas da criança aflita
    Ela está livre
    Para ir onde quiser
    Ela vê beleza em belos olhos
    Pois ela já sabe que para crer precisa-se de fé
    Ela vive dentro de mim
    Eu sou quem ela é.

    amiga arrasou no final ....eu ainda nao deixei de ser a menina aflita ela vive dentro de mim e meus olhos embaçados vira e mexe molha carpete ,,,,,

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